Dirigido por: Caito Ortiz
Primeiramente esse filme não estava no seu catálogo de filmes, mas tive a obrigação de correr o risco e fazer uma crítica dele, pois entendo que ele se encaixe no cinema NOVO “MARGINAL” brasileiro, e aproveito lhe indico com a certeza que é um filme a altura dos grandes do gênero.
No dia 19 de dezembro de 1983, a taça Jules Rimet, prêmio maior da Copa do Mundo de futebol e símbolo do tricampeonato brasileiro, foi roubada por três ladrões “pés de chinelo”. Por ironia do destino, a “taça” acabou derretida por um argentino. O filme conta, com humor e de maneira dinâmica, a história do assalto, fazendo um resgate histórico do último suspiro da ditadura militar e retratando o sentimento dos brasileiros numa época decadente.
Uma ótima comédia, muito bem produzida e um dos melhores longas nacionais dos últimos anos. O Roubo da Taça tem um requinte de produção caprichada que te envolve do começo ao fim, o humor empregado é muito bem-feito e traz uma leveza narrativa acentuada pelas ótimas interpretações de Paulo Tiefenthaler, Taís Araújo, Milhem Cortaz e um elenco bastante sólido que ainda tem Stepan Nercessian fazendo participação. A história real é tão louca que me espanta só terem feito este filme até agora, mas, ainda assim, fizeram bem-feito, misturando ficção e fatos reais de forma primorosa, o diretor Caito Ortiz mostra um domínio eficaz atrás da câmera, justamente acompanhado com uma belíssima direção de arte e fotografia trilha sonora e etc... A produção é outro ponto positivo, a ambientação ficou ótima e a mistura de imagens da época, reportagens do evento real dão mais autenticidade e originalidade a obra. Com todos os elementos do cinema NOVO “MARGINAL” dos anos 60 e 70.
O filme também merece méritos por transformar este caso de 1983 que rendeu muita polêmica e frustração, em algo menos tenso e investigativo – embora tenhamos a parte que busca prender os responsáveis pelo roubo e que também rende cenas cômicas. Destaque para os momentos finais, quando o diretor e roteirista Caio Ortiz se permite criar um desfecho surpreendente e agradável.
Fica minha tristeza em saber que esse filme é tão pouco conhecido pela massa, deixando assim sua valorização desconhecida para o mundo, e que comédias de “humor negro” seja tão pouco produzida no Brasil e que quando é produzida não tem uma distribuição muito boa quanto as comédias tradicionais. “O roubo da taça” é realmente uma comédia acima da média nacional, sem tanta vulgaridade gratuita e humor “pastelão”. Tem seu valor mundialmente.
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