“O Cangaceiro (1953)"
- Diego H. Abreu
- 18 de jan. de 2020
- 1 min de leitura
Dirigido por: Lima Barreto

Quando eu me deparo com uma grata surpresa como este filme, vou assistir esperando pouquíssimo do mesmo, e ele vai crescendo e crescendo em minha mente a cada minuto, realmente é muito louco essa sensação. Produzido com primor e dirigido com maestria, mostrando a cultura brasileira do Nordeste. Lima Barreto criou o gênero, filme de cangaço (o western brasileiro) e ao mesmo tempo o fez popular no mundo todo! O Cangaceiro se oferece em um primeiro momento como uma tentativa de síntese da cultura nordestina e brasileira: a trilha sonora, as danças, a descrição da vida e do acampamento do cangaço, os diálogos da Rachel de Queiroz muito bem-feitos. Com uma abertura dificilíssima, mas executada com perfeição. Aventura, ação, drama e romance muito bem trabalhado. Apesar disso, possui um ato final tenso, que mexe com elementos de fraqueza, covardia e até mesmo nobre, mas com a ausência de honra. Ex: Quando o Teodoro é capturado o mesmo oferece um duelo de facas, vença o melhor. Porém o “capitão” Gaudino se recusa. E covardemente pede para que Teodoro ande em frente para que todo o bando desce um tiro aleatoriamente mirando Teodoro. Quem não era covarde nesses tempos, até mesmo o próprio Teodoro, com um dilema, sempre fazer uma ação generosa ou semelhante, uma vez por ano, para justificar suas atrocidades com o povo, saqueando, matando, etc... para ganhar recursos para combater um governo corrupto e coronéis acima da lei da época. Com esse motivo de redenção que a narrativa do filme ganha peso. A violência das tropas do cangaço não justificaria a simpatia da população pelos cangaceiros. “Quanto mais arma, mais medo”.
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