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Foto do escritorDiego H. Abreu

"O Bandido da Luz Vermelha (1968)"

Dirigido por: Rogério Sganzerla



Marginal paulista chamado João Acácio Pereira, mais conhecido como Bandido da Luz Vermelha, coloca a população em polvorosa e desafia a polícia ao cometer os crimes mais brutais de estupro e assassinatos.

Há quase cinquenta anos, nascia o icônico “O Bandido da Luz Vermelha”. Incrível como o filme envelheceu bem, continua jovem, inovador e revoltado. Rogério Sganzerla assina a direção e o roteiro dessa obra, genuinamente, autoral. Faltam palavras para descrever a experiência que foi assisti-lo.

“Meu filme é um far-west do Terceiro Mundo”. É o nosso Natural Born Killers. O filme passa um sentimento pulsante porque te deixa na espera de entender o porquê do bandido da luz vermelha cometer os seus crimes, você espera compreendê-lo, mas no fim o personagem é tão perdido quanto a gente que está assistindo ao filme. E no mesmo balanço o filme tenta passar um sentimento de repulsa principalmente com algumas cenas de violência sexual, e fazendo diversas críticas a sociedade brasileira com frases aleatórias jogadas ao vento em forma de crítica social, detalhe de como os narradores do rádio falam com a população e espectadores com um tom exagerado, utilizando das frases mais sensacionalistas possíveis, como se referir ao país como “um lixo sem limites, senhoras e senhores” além de ser Irônico, provocativo, confuso, revolucionário. O longa também mostra como a mídia sobreviveu da tragédia, crimes, assassinatos e pobreza de alguns, qualquer semelhança com a atualidade é mera “coincidência”. E não esquecendo da montagem que beira à esquizofrenia.

Terrível constatar que há pouca distância entre 68 e 2018. Terrível. De como nossa política de 500 anos e que aqui e nada mudou, de que os poderosos têm tanto e deixa tão pouco para o resto. Deixo esse diálogo para finalizar.

O terceiro mundo vai EXPLODIR... O terceiro mundo “TEM” que explodir!!! Que é que você quer da vida? – Da vida eu não quero nada. Antigamente eu queria SER GRANDE.... Grande para quê? – Grande, sei lá para quê. Queria ser famoso, ser o bacana, por bem ou por mal. Mas hoje eu sei que sou um coitado, não sou nada, NÃO SOU NINGUÉM!! Vou te prender, seu safado! Você pode prender! A solução para o Brasil é o EXTERMÍNIO, é o extermínio TOTAL! Eu sou poeta, EU VEJO! O terceiro mundo vai EXPLODIR! (Eles não pertencem ao mundo… mas ao TERCEIRO mundo!)

“Quando a gente não pode fazer nada, a gente avacalha, avacalha e se esculhamba”.

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